Resiliência sempre...
- Carolina Birenbaum
- 25 de jun.
- 3 min de leitura

Israel esteve sob ataque, com mísseis iranianos persistentemente mirando civis, e ontem foi anunciado um cessar-fogo. Cidades estavam em alerta. Famílias lutavam novamente por segurança. Estas não são manchetes abstratas — são realidades vividas por todos os israelenses.
Sabendo que o campus de Bar-Ilan está no "marco zero" — ou seja, literalmente no centro do país — avaliamos o efeito diário que esta guerra está tendo sobre os 27.000 alunos e professores. Para a comunidade da Universidade Bar-Ilan, este momento é profundamente pessoal. Quase 5.000 membros da nossa comunidade (25%) foram convocados para servir nas Forças de Defesa de Israel (IDF). Alguns perderam entes queridos que estavam servindo. Outros perderam suas casas. Todos estão navegando em uma guerra em várias frentes, mas desta vez parece diferente.
Como o resto do país, a universidade precisa se adaptar rapidamente. Faltando duas semanas para o fim do semestre, colocamos todas as aulas no Zoom. As provas foram adiadas. Os eventos acadêmicos estão sendo transferidos para o online. Nossas bibliotecas estão fechadas e a maioria das pesquisas está suspensa, a menos que sejam consideradas essenciais. Reforçamos nossos sistemas de segurança cibernética. Priorizamos alunos e professores servindo uniformizados. Cada decisão que tomamos é baseada na orientação do Comando da Frente Interna de Israel — e em nosso compromisso inabalável de proteger e apoiar nossa comunidade.
Na tradição judaica, dizemos que "Kol Yisrael arevim zeh bazeh" — todos os judeus são responsáveis uns pelos outros. Esse não é apenas um valor que ensinamos em nossas salas de aula. É aquele pelo qual vivemos, e nunca mais do que em momentos como este.
A Universidade Bar-Ilan sempre esteve na intersecção entre excelência acadêmica e serviço nacional. O que está acontecendo agora apenas aprofunda esse papel. Nossos alunos não são apenas aprendizes. Eles são líderes, inovadores, socorristas e defensores de Israel. Muitos estão conciliando os estudos com as botas de combate. Os professores mantêm os cursos em andamento enquanto gerenciam suas próprias tarefas na reserva ou apoiam crianças na linha de frente. Os funcionários estão se manifestando para ajudar seus colegas e alunos de todas as maneiras possíveis, mesmo quando eles próprios estão sob ameaça.
Isso é resiliência em ação. Não em palavras, mas em atos silenciosos de perseverança. Diariamente, membros da comunidade Bar-Ilan fazem a escolha consciente de continuar ensinando, aprendendo e ajudando — mesmo com a queda dos mísseis.
Em nível institucional, a Universidade Bar-Ilan assumiu seu papel como uma força de cura durante este longo período de guerra. O Centro de Resiliência Acadêmica da universidade oferece cursos gratuitos para qualquer soldado ferido em recuperação no Centro Médico Sheba e fornece todo o apoio adicional necessário para participar desses cursos — tutores, sessões individuais com professores e assistência de transporte/mobilidade para assistir às aulas no campus, quando possível. Em uma sincera nota de agradecimento ao Centro, um aluno escreveu: “Reabilitação e deficiência preenchem cada momento do dia, e este curso traz uma sensação de sanidade e normalidade durante este período. O curso de literatura é muito interessante e me dedica duas horas por semana para me distrair da lesão. O curso assumiu um papel profundamente significativo na minha recuperação e me dá força para continuar lidando com os desafios que a lesão traz.”
O Bar-Ilan também está na linha de frente da jornada de cura para reféns que retornam e, mais especificamente, na concepção e implementação dos protocolos israelenses em constante mudança em torno da saúde mental dos retornados. Esses protocolos incluem um procedimento abrangente com informações sobre traumas, incluindo crianças pequenas, bem como seus cuidadores e familiares. A Dra. Yael Shoval Zuckerman — chefe do Programa de Bacharelado da Escola de Serviço Social da Universidade Bar-Ilan — é uma das poucas pessoas designadas para receber imediatamente cada refém em seu retorno para casa, em Israel, após o cativeiro do Hamas.
Com o conflito iraniano exacerbando a ansiedade, o estresse e o trauma coletivos do povo israelense, iniciativas que construam resiliência são mais necessárias hoje do que nunca. Mas resiliência por si só não basta. Ela precisa ser reforçada. Esse é o nosso papel como judeus na diáspora.
Nos próximos dias e semanas, os Amigos Brasileiros da Universidade Bar-Ilan continuarão a avaliar as necessidades em evolução no nosso campus . Mas uma coisa já está clara: o caminho a seguir exigirá apoio. Auxílio emergencial para estudantes deslocados ou enlutados. Serviços de aconselhamento. Flexibilidade acadêmica. Recursos para o aprendizado digital. Essas necessidades urgentes reafirmam que nossa missão importa e faz a diferença.
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